domingo, 7 de setembro de 2008

Saindo da vida e entrando na História.

O caso de Getulio Vargas com o Brasil passa por três fases denominadas por mim de "namoro", "Lua-de-mel" e "Divorcio". A fase namoro (1930-1937) corresponde ao período em que Vargas esteve de bem com o grupo militar do Brasil, ou seja, o que o autor vem denominar “namoro” é o fato dos interesses de ambas as partes (presidente e forças armadas) se assemelham. No período de namoro, Getulio fortalece as forças armadas no quadro nacional, fortalece no que diz respeito a equipamentos e moralmente também, pois a partir de 1930 as forças armadas obtêm um maior prestigio e um grande campo para expor suas vontades. Como nada é de graça, em troca desse apoio getulista as forças armadas deveriam assegurar Vargas no poder durante anos e anos, enquanto os militares exerciam o poder na rua, Getulio se perpetuava a cada dia no comando do Brasil. Podemos classificar tal relação entre os dois poderes como literalmente uma relação de troca de favores. Góes Monteiro era “o cabeça” da relação, Getulio Vargas e o general Góes Monteiro tiveram uma relação de cumplicidade grande, pois, ambos queriam o poder para si, porém os dois não poderiam se desvincular, tendo em vista que um completava a ação de pensamento do outro, ao se afastarem perderiam os dois, o poder. Assim como Vargas, Góes era ousado e ambicioso. No começo, o casamento não foi tão calmo assim, pois nas próprias forças armadas havia divergências e brigas entre as várias patentes. Góes em 1934 dá um pulo maior que as pernas e carregado de ambição se candidata a presidência da republica em oposição a Vargas, não se elege e de quebra Vargas consegue desestabilizar ainda mais os militares, jogando uns contra os outros, conseqüentemente ocorre o enfraquecimento de Góes Monteiro. A segunda fase é a que o autor vem chamar de “lua-de-mel” (1937-1945) É o período em que a 10 de Novembro do ano de 37 Vargas com o apoio dos militares fecha o congresso nacional e estabelece a partir daquele momento o chamado Estado Novo, até a data presente, Getulio a ainda tinha o apoio dos militares, e é nesse período que o presidente ditador consegue maior apoio das forças armadas. A ação como sempre é encabeçada por Góes Monteiro. Apesar da ditadura estabelecida no país é nesse recorte histórico que o Brasil avança e cresce com o incentivo a indústrias. Em suma, o país deixa de ser um país atrasado diante dos demais e começa a ganhar estatus de país industrial, o que por sinal iria deixar Getulio Vargas mais alguns anos na presidência e conseqüentemente no poder. Até dado momento como já se foi dito, a relação entre presidente e militares estava indo de vento em poupa, mas como tudo que começa acaba, esse “casamento” também iria acabar mais cedo ou mais tarde, e foi na terceira fase que a relação se desgastou e se tem “o divórcio” (1945-1960) Chega principalmente pelo fato de Getulio alterar as leis trabalhistas para melhor, em relação a situação dos trabalhadores, com isso o presidente viria a ser conhecido como “O pai do pobres”, enquanto os operários agradeciam a Getulio, os militares questionavam sua atitude, que não foi vista com bons olhos pelas forças armadas, pois, Getulio estava ganhando mais popularidade e respeito que a própria força armada e isso era prejudicial para os comandos da marinha, exercito e aeronáutica. É contraditório e paradoxal, com o passar do tempo, o próprio comando que outrora Vargas coloca no poder,queria depor o presidente, nesse caso a mesma mão que apedreja é a mesma que um dia acariciou! Os três poderes agiram juntos para exonerar Vargas, até então as três forças nunca tinham trabalhado tão bem em conjunto, porém pouco antes de acontecer tal fato, Vargas se antecipa, escreve uma carta de despedida e encerra a escrita com uma frase marcante que dizia "Saio da vida para entrar na História". No dia 24 de Agosto de 1954 comete suicídio.

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