terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

BREVE HISTÓRIA DA ARTE PÓS-MODERNA.

A questão não é o que venha a ser arte e sim o que entendemos como arte. Essa denominação cada vez mais se torna impossível classificar. Pois sabemos que assim como a cultura, arte é toda e qualquer expressão sentimental, ou seja, há arte em toda manifestação cultural e a cultura em toda manifestação artística, as duas estão ligadas e isso é fato. Esta arte (assim como a cultura) pode ser classificada como “Erudita” ou “Popular”. Dependendo do ponto de vista de onde e quem a estuda. A arte (independente de sua forma, sejam ela; arte plástica como pinturas e esculturas ou peças teatrais, musicas, decoração, moda, etc.) sempre é analisada a partir do ponto de vista do estudioso que se encontra em campo fazendo tal pesquisa e do grupo humano que a realiza, que a executa. Quando partimos do ponto de vista que as artes sejam formas humanas de expressão, se torna subjetiva toda e qual vertente artística. Se já é difícil para os críticos e estudiosos do assunto imaginem para quem não se interessa ou nunca parou pra pensar no que venha a ser arte. Certo dia pensando no que viria a ser arte (do meu ponto de vista) contemporânea, resolvi escrever um pequeno artigo tentando explicar o que eu acho que venha a ser arte pós-moderna. E fiz mais, tentei também passear pelas ultimas décadas e não explicar, mas relatar as várias faces da arte. Como no artigo a baixo já analisei a música, não falarei de música e como tal pouco teatro é a minha área, não adentrarei no assunto. Focarei-me mais na influencia das artes para com os movimentos sociais e as formas de arte no campo da pintura, esculturas, moda e decoração. Pois bem, sem mais delongas. Vejo a arte na década de 50 como o inicio da arte contemporânea, foi no pós-guerra que surge a arte pós-moderna a fim de “maquiar” e tentar esquecer todo o passado (não tão distante) obscuro da guerra, tão obscuro quanto à idade media. No pós-guerra a crise na Europa se torna terrível, a arte a principio se infecta com tal lastima e reproduz a melancolia. A arte se inspira em instrumentos de guerra, surgem carros inspirados em aviões e submarinos, um bom exemplo disso são os carros da linha rabo de peixe. Sendo a arte uma simplificadora dos sentimentos humanos, cansou-se de refletir miséria e como na década de 60 o homem queria esquecer a miséria da guerra, a arte partiu para inspirações mais leves. Como na década de 60, o que estava na moda era a corrida espacial, a arte se apropria do tema e se funda em formas alusivas a foguetes espaciais. Em relação à vestimenta, podemos observar o figurino hippie, tais vestimentas não exigiam muita sofisticação. Estavam na moda estampas floridas e tecidos confortáveis. O que fazia da vestimenta hippie algo descontraído e de paz e amor, contra o monopólio das grandes indústrias. Nesta mesma década de 60 surge também um movimento denominado de “Contracultura”. Este movimento dos jovens europeus e americanos consistia em negar tudo que a moda e a sociedade tinham como padrão. A contracultura ia desde música e moda até chegar a um patamar agressivo comportamental. Na contracultura podemos observar a intolerância para com os demais indivíduos que não compartilhavam dos mesmos ideais dos jovens participantes da contracultura, ou seja, tudo que era tido como comportamento estereotipado normal era excluído pela contracultura, mesmo que fosse preciso usar de violência para obter tal exclusão. A partir de 1970 entra no cenário mundial uma forma de arte nova que veio a se chamar de “Pop Art”. A pop art começou a transformar objetos de tamanho normais em gigantescos e de cores intensas. Além do fato de defender a união da vida e da arte, ou seja, para a pop art, a arte imita a vida e vice e versa. Como maneira de expressão tal pensamento filosófico a pop arte usou recursos como quadrinhos, TV, pintura, música, etc. Nas esculturas usaram-se colagens tridimensionais. Um fato interessante é que a pop arte não só se apropria de mitos como também cria vários outros, um exemplo de alguns destes mitos são a Coca Cola, Marilyn Moroe, Elvis Presley e tantas outras pessoas e produtos. Nessa época alguns movimentos sociais são criados, tais como o movimento estudantil, a revolução sexual vem junto com o movimento feminista que ganha mais força nesse período, o próprio movimento hippie ganha mais adeptos e o que podemos ver é que todos estes movimentos criados vão de contra partida a o governo opressor e seus magnatas totalitaristas. A década de 70 é vista mais que qualquer década como a luta dos pequenos grupos contra o absolutismo político-economico que até então assolava as sociedades. Avançando para a década de 80 podemos citar uma importância visível no que diz respeito a nova técnica “Minimalista”, que tem como tendência o uso de poucas cores e figuras geométricas simples. Nas esculturas, os materiais usados são a fibra de vidro, o plástico e o metal e na musica, o minimalismo usa poucas notas e arranjos simples. Entrando nos anos 90 temos um estilo de vida muito peculiar entre os jovens de Seatle, o chamado estilo “Grunge”. O jovem grunge adotava um estilo (em relação a moda) de contracultura. Usavam (usam) sapatos sujos, calças desbotadas e rasgadas, camisas de flanela xadrez, cabelos despenteados e barba por fazer, todas as roupas de um jovem grunge são compradas preferencialmente em brechós, que são lojas de roupas usadas. No que se refere à pintura é nos anos 90 que surge uma nova técnica de pintura corporal chamada de “Body Art”, onde o humano se torna a moldura da obra. Dois exemplos bons de body art são as esculturas vivas (homens robôs ou homens anjos, que se apresentam em várias praças das grandes cidades) e a conhecida “Globelesa” que se torna uma tela viva após a super produção. Praticamente no mesmo período da body art surge também o “Fotorealismo” que consiste em detalhar ao maximo esculturas e pinturas (em paredes ou no chão) de forma que pareçam com fotografias. Já no final da década de 90 a “Street Art” toma conta da paisagem urbana. Inspirada no Hip Hop, sendo a principal forma de espressividade de tal arte os Graffitis em muros ou em camisetas. Este ultimo estilo a que mim refiro é mais urbano e contemporâneo que qualquer outro já citado, o estilo street art passa bem o que vem a ser o homem moderno e sua maneira de pensar, agir e vestir. E finalmente chegamos aos dias atuais (ou na contemporaneidade se preferir). Quero deixar bem claro o enfoque que darei as exposições artísticas contemporâneas. Nas exposições de hoje o publico é incentivado a interagir com a obra exposta como tocar o instrumento exposto ou mudar peças de lugar para o outro, dando assim outro formato geométrico e de sentido à obra. Quase não se ver mais molduras ou quadros, o que se vê mais são obras feitas de objetos comuns montados de maneira subjetiva, desse modo o visitante pode dar o significado que quiser a obra que visita. Tais artes são confeccionadas com matéria barata, ou seja, só era considerado arte no século XVIII objetos caríssimos. Com a chegada da chamada era pós-moderna o conceito de arte muda e materiais não tão caros se tornam verdadeiras obras de arte, é o caso de matérias comuns como pedras, madeira, etc. Ao longo dos séculos vimos uma mudança considerável ao que venha a ser chamado de arte. Boudaler certa vez disse que no século XVIII a arte se submetia aos padrões da igreja católica, ou seja, grandes artistas eram patrocinados pela igreja, e tinham que exclusivamente servirem aos interesses clericais, isso muda no século XIX quando o artista expressa sua visão, o seu ponto de vista das coisas e do século XX em diante o artista começa a problematizar a obra e trazendo a realidade social para sua criação. No século XXI continua a idéia de que a arte não só tem seu caráter belo como também pode apresentar uma critica social em suas entrelinhas.

2 comentários:

Lulu Mattos disse...

Cara, o texto tá legal, faz uma visita bem interessante ao periodo histórico abordado, traz opiniões interessantes sobre o tema, porém ela foi posto com uma fonte que atrapalha a leitura. Nada a ver, mas é importante se ligar com isso pra não desestimular quem quiser ler.

athila.bm disse...

Primeiro...

Body art não é pintura corporal "No que se refere à pintura é nos anos 90"

segundo...não surgiu nos anos 90

e terceiro brother...

coloca a fonte de onde vc tirou essas besteiras...