quinta-feira, 22 de novembro de 2007

CENTENÁRIO DO "PROGRESSO".

No ultimo dia 2 de Outubro de 2007, se comemorou com grande entusiasmo o centenário da chegada do trem à Campina Grande – PB. Locomotiva essa que trouxe o tão sonhado progresso para a região do planalto da Borborema. Mas não só a rainha da Borborema se beneficiou com tal progresso como também as cidades circunvizinhas, principais fornecedoras da matéria prima (algodão) que seria beneficiada em Campina. Há exatos cem anos, o prefeito Cristiano Lauritzen trouxe a estrada de ferro para a cidade. Como Campina Grande recebia grande parte da produção algodoeira paraibana, a cidade que na região era conhecida não como produtora e sim como beneficiária e importadora do produto tinha a carência deste meio de transporte (o trem). Com a chegada do mesmo, foi possível o transporte mais rápido e em maior quantidade, já que antes o “ouro branco” era transportado em lombos de mulas e principalmente em carrocerias de caminhões, meios de transportes estes que encareciam o produto por ser necessária grande quantidade para o transporte, sem contar na demora de semanas e até meses na entrega, ou seja, comparados com o trem, os outros meios de transporte encontravam-se em desvantagem, principalmente nos quesitos quantidade de carga e rapidez na entrega. A mesma quantidade do produto que dúzias de dezenas de caminhões levariam em suas viagens, o trem com seus imensos vagões levava em uma só viagem, economizando assim: motoristas, caminhões e peças de reposição, tendo em vista que as rodovias eram precárias e os desgastes dos veículos eram inevitáveis, com o trem o desgaste era quase zero. Resumindo, a economia de tempo e dinheiro era notória. Este avanço que Campina Grande deu no início do século XX foi claro, tanto é que, durante um bom tempo a cidade ficou em segundo lugar no que se refere ao posto de produção e beneficiamento do algodão, perdendo apenas para Liverpool na Inglaterra. Graças ao sistema de ferrovia implantado e ao trem que dava um imenso suporte ao escoamento do ouro branco paraibano, Campina ficou conhecida não só no cenário nacional como também no mundo todo, já que na época anterior à 2ª Guerra Mundial não existia estes tecidos sintéticos de hoje em dia e o tecido predominante era o algodão. Sem sombra de duvidas, foi nessa época que Campina deu um grande levante em sua economia e na economia das cidades adjacentes, também foi nesse mesmo período que surgiram os “Barões do Algodão”, comerciantes donos de fabricas que funcionavam como receptores, intermediários do produtor para as fabricas de beneficiamento e para a exportação do produto. Então, sendo assim, com todo esse glamour vivido pela cidade em tempos passados, nada mais justo que uma comemoração a altura do centenário da chegada do trem com uma grande festa realizada na gestão do prefeito Veneziano Vital do Rego e a presença também de outras autoridades locais, assim como em 1907 a imprensa se fez presente na cobertura do evento. Na solenidade estavam-se atores e atrizes caracterizados no estilo anos 40 (época de auge do algodão). Houve também o lançamento do livro: 100 anos da chegada do trem, com vários textos de professores universitários. Foi tirada uma foto com as autoridades locais semelhante à de 1907 e como no ano de 1907 o publico foi em grande numero prestigiar o ensejo. Hoje na “Estação Velha” (a mesma que recebeu pela 1ª vez o trem) se encontra o Museu do Algodão, pois desde 1961 à mesma se encontra desativada para carga e descarga, deixando esse oficio para a “Estação Nova” que se encontra em atividade até hoje.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

AO CAMARADA ZÉ CHICO BIU DA SILVA

Era uma vez... era uma vez não é um bom começo. Este começo é muito comum e a história que irei contar é quase inedita, porém não tão incomum assim! Então resolvi começa-la assim: Havia um menino chamado Zé Chico Biu da Silva, à primeira vista o menino aparentemente era comum aos demais. Brincando na rua, pulando e correndo. Criança nascida em uma cidadezinha do interior, onde todos se conheciam e se cumprimentavam com um belo bom dia, boa tarde ou boa noite. Se alguém da cidade falecia, todos iam ao velório do amigo prestar solidariedade. A vizinhança entreva e saia da casa do visinho sem precisar pedir licença, abria a geladeira um do outro sem a menor cerimônia e pegava-se o que se estava a fim de comer. O menino tinha uma porção de amigos de infância que por incrível que parece, essas amizades ainda persistem apesar da correria do dia-a-dia e independente de qualquer visão política (quando se vive em cidade pequena quase não se sabe separar politicagem de amizade) Mas o menino não era tão normal assim, sempre pensou diferente dos amigos, sempre agiu diferente e sempre foi visto como o estranho. De louco todos temos um pouco, com Zé Chico Biu da Silva não poderia se diferente. Filho de pais separados viu a luta de sua mãe para dar do bom e do melhor para ela e seus irmãos, amando todos iguais e nunca deixando os mesmos passarem necessidade, comparo a mãe dele a essas Amazonas gregas que os livros de história relatam. Apesar de sua mãe fazer de um tudo não podemos esquecer de que Zé Chico Biu da Silva (ZCBS) é humano e sempre queria mais. Menino muito tímido e vergonhoso criou uma bolha de vidro imaginário na adolescência e passou toda essa sua fase da vida meio que isolado de tudo e de todos, tornando-se assim meio fechado a novas amizades, segundo ele, uma estratégia para poder não ser tão agredido pelo mundo selvagem que acabara de conhecer, pois como a fase de criança e inocência havia passado, na chegada da adolescência e a saída de casa para uma cidade maior e mais estranha (embora que no mesmo estado) ele achou por bem como eu já havia dito, se fechar e escolher a dedo suas amizades e escolheu tanto que quase não achava ninguém com seu perfil, encontrou dois ou três, não por se achar melhor nem pior que as demais pessoas, apenas se achava diferente. A principio conheceu um sentimento que ainda não havia sido apresentado a ele; a saudade. Chorou de saudade e chorou pela saudade. Sabia que o melhor para ele era ficar ali mesmo, sabia que tinha que provar o amargo da vida, não queria, mas achava essencial levar umas boas tapas na cara da vida para futuramente se tornar uma pessoa melhor e como dois mais dois são quatro sua teoria estava certa (felizmente) e ele se tornou um adulto melhor. Porém três mais um também são quatro, na fase da adolescência ZCBS ainda não conhecia tal equação, só viria a conhecê-la na fase adulta quando achou que a cidade em que estudava ficou pequena e precisou se deslocar para outra cidade maior em outro estado. Antes, o garoto que sonhava em ser caminhoneiro na infância para poder sair viajando por aí e com isso conhecer novos povos e novas culturas, na adolescência como tantos outros garotos da sua idade sonhou em ser astro de rock, fazer shows em várias cidades para multidões, não pelo dinheiro, mas pelo simples fato de fazer estas pessoas felizes ao escutar seu som. Na fase adulta sentia a necessidade de ensinar o que aprendeu, passar seu conhecimento de vida a outros garotos e garotas que sonham como ele sonhou um dia sonhou, sonho esse de melhorar o mundo. Em conversa com ZCBS o mesmo me falou um pensamento que jamais esquecerei: “Pra que carros se eu consigo voar” frase dita ao presenciarmos carros sendo guiados por motoristas irresponsáveis que colocavam suas vidas em jogo ao pegarem rachas e realizarem manobras arriscando não só suas próprias vidas como a de outras pessoas que não tinham nada haver com a situação. Zé Chico Biu da Silva por ser um rapaz considerado bonito, comunicativo e simpático teve várias paixões em sua vida, algumas mais intensas, outras nem tanto, já fez pessoas sofrerem, porém também já sofreu por outras. Já sonhou com amores de contos de fada, já desacreditou em 100% no amor. Rapaz de alguns dons, mas também rapaz de muitos erros, de muitas qualidades, de defeitos e de acertos imperfeitos. Esse é o jovem sonhador Zé Chico Biu da Silva, se algum dia você chegar a conhecê-lo mande lembranças minhas ao mesmo e diga que estou com saudade das conversas lúdicas dele, de escutar esse cantarolando uma canção desconhecida das bandas que ele gosta e estou até mesmo com saudade das prosas mais sérias também, como seus questionamentos para com o que ocorre de errado no planeta.