terça-feira, 11 de setembro de 2007

GAIA.

Oi, meu nome é planeta Terra, faço parte do sistema solar, abrigo vocês seres humanos. Só não sei mais por quanto tempo tolerarei vocês. Não sou cruel nem má, apenas resolvi revidar as agressões que sua raça me faz, pagarei a troco de mesma moeda o que vocês estão fazendo comigo, não vou ser piedosa nem tão pouco ter compaixão, afinal, vocês nunca tiveram tal sentimento por mim. Não entendo por que vocês fazem isso comigo, pois lhes dou moradia, alimentação, água e lazer, deixo vocês escalarem minhas montanhas, tomar banho em meus rios e praias e não peço nada a vocês em troca, a não ser que me deixe como encontraram, limpa. Até hoje permiti que a humanidade morasse e “evoluísse” em meu corpo, porém estou me cansando de vocês, vocês mais parecem parasitas, estão sempre sugando minha energia vital, minhas forças e minhas riquezas, que como vocês sabem muito bem, a maioria desses recursos não são renováveis. A reação do meu corpo não é diferente da reação do seu corpo, quando ele se sente incomodado e prejudicado por algum outro corpo estanho, a tendência natural é tentar expeli-lo, e, é exatamente isso que estou tentando fazer, não agüento mais vocês abrindo crateras em mim, só para extrair algumas pedras que vocês julgam preciosas ou metais de grande valia financeira para seus paradigmas, como se não me roubar bastasse, tem mais um agravante, após abrirem essas gigantescas minas e extrair tudo o que lhes interessa, vocês deixam essas feridas abertas, a estes enormes buracos denomino cicatrizes que mudam a estética do meu corpo para sempre. Cansei do desmatamento sem controle, das queimadas indevidas que causam incêndios de grandes proporções, chegando a matar vários animais que não são culpados por tais atrocidades, cansei também de vocês humanos poluírem minhas águas, que tanto lhes servem e é necessária para sobrevivência de todo o reino vegetal e animal, inclusive vocês, águas essas que também é a casa de vários animais, animais que servem de alimentos para vocês. Apesar de minha larga experiência, não entendo como é que o mesmo petróleo ofertado por mim, quando processado por vocês expelem um gás tão tóxico para os pulmões de vocês e principalmente para o meu, petróleo que é motivo de tantas guerras e tantas bombas jogadas sobre mim, agredindo ainda mais meu corpo frágil. Gases que saem de suas imensas industrias e derretem minhas geleiras que, por sinal, é tão importante para o equilíbrio da temperatura, lançam gases e mais gases na minha atmosfera e depois reclamam das chuvas acidas e as mudanças bruscas no clima. Vocês a serviço do progresso, entopem meus poros com concreto e asfalto, ficando assim, impossível d’eu absorver as águas pluviais. Há, tenha dó, vocês humanos me agridem com tamanha atrocidade e não querem que eu revide? Sei que alguns raros tentam e até doam suas vidas para me salvar, mas como eu disse, são raros ainda essas pessoas. Pela minha experiência de pouco mais de 4 bilhões de anos, quando essa maioria que mim polui e me explora acordar e vier se preocupar com o que fizeram comigo, com o que estar acontecendo comigo, irá ser tarde demais para salvarem seu planeta, sua morada, para me salvarem. Estou dando sinais de que estou doente faz tempo, só vocês que não estão vendo e se vêem, pouco fazem para minha melhora, por enquanto estou dando só avisos. Já extingui várias espécies e diferentes raças, não custa nada pra mim fazer o mesmo com vocês, acho até que todas as outras espécies de animais existentes hoje me agradeceriam por tal feito.

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